..

sábado, 26 de novembro de 2011

Manda chuva ao meu deserto

Pedi a chuva e o sol brilhou cada vez mais forte
Meu sertão vivia com o seu interior solitário
Nada o fazia dar boas sementes
Ele vivia num mundo frio e sem esperanças
Dizia eu a nuvem que passava
- Preciso de você, molha meu deserto
E a chuva com voz tão racional que assustava disse:
Não quero fazer de ti meu solo
Encontrei deleito em outro terreno
Não derramarei nem uma gota de mim
Pois em ti jamais retornarei chuva

Como pode ser tão cruel essa nuvem
Será que não se lembra dos dias bons?
Das plantações que produzíamos juntos
Das lindas roseiras que cresciam
Abrigando nossos sonhos
Nossas verdades
Não pode ser possível tal castigo
Será que tão nobre nuvem não se compadeça
E venha perceber que meu solo hoje é infértil?

Precisarei de um oásis de esperanças
Pois sem águas a me banhar
Como me banharei e me limparei de tal solidão?
Nem todo fertilizante de amor vindo de outra nuvem me socorreria
Meu solo clama por minérios com sua assinatura
Nutrientes que me fazem saber que é você que me banha
Estarei aqui, minha terra está seca
Manda-me chuva Oh nuvem linda
Antes que me enlouqueçam os vulcões
Minha sanidade se mude
E eu me destrua na escuridão

Um comentário: